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Programa de estímulo à capacitação profissional começa a ganhar corpo

27/12/2010
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Com foco na capacitação profissional, lideranças de entidades empresariais e de trabalhadores reuniram-se na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). O encontro serviu para alinhar as propostas da primeira reunião, realizada no início do mês na Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), e definir os eixos para o começo efetivo do programa. Os participantes pautaram cinco campos de trabalho: pedagógico, comunicação, financeiro, inclusão social e pesquisa que serão aprofundados nos próximos encontros.
O vice-presidente de Responsabilidade Social da Acil, Gilberto Soares, destacou o retorno da mobilização para a sociedade. ”Há uma demanda de mão-de-obra e, mesmo assim, temos índices de desemprego”. Lembrou que já existem programas voltados à formação, mas não de forma organizada a ponto de verificar as reais necessidades da região. Analisou também traços culturais inerentes às diferentes gerações de trabalhadores. “Notamos que o profissional mais experiente tem certo receio de evoluir, de se arriscar em um nível acima. Já o jovem quer retorno cada vez mais rápido e, com isso, acaba mudando de segmento.” E complementou: “queremos pessoas que sejam reais colaboradores das empresas, que promovam a transformação requerida na inovação dos processos”.
Para Valmor Scapini, presidente da Acil, o profissional qualificado trás benefícios para ele, para empresa e para a comunidade como um todo. O líder empresarial exemplifica esta observação com as exigências feitas por grandes empresas, as quais, já requerem altos níveis de qualificação da mão-de-obra de seus fornecedores. Salientou que “o desafio é criar uma sociedade que queira ser melhor a cada dia”.

Ousadia

De acordo com Etiene Azambuja, diretora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de Lajeado, a palavra chave para o programa é “estímulo”. Etiene reconhece a ousadia da iniciativa, pela sua complexidade, e analisa o momento da passagem do jovem das escolas às organizações: “Mudar culturas é algo relativamente ousado, temos que tentar trabalhar isso de maneira consciente. O aluno que entra na sala de aula desmotivado não vai desenvolver todo o seu potencial. Para esse jovem, mais do que querer um retorno imediato, o importante é querer uma profissão,” ressalta.
Para o vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de Lajeado, Marco Daniel Rockembach, devem ser levadas em consideração questões práticas, que visem facilitar o acesso dos trabalhadores aos locais onde serão realizados os cursos. “No mínimo, 50% dos profissionais do comércio são mulheres e elas, normalmente, têm atividades domésticas após o expediente. Temos que pensar em uma gama de recursos que venham promover a acessibilidade para essas pessoas, como transportes e horários compatíveis, entre outros”, analisa.
A alta rotatividade de alguns segmentos, como o do comércio, também entrou na pauta de discussões do grupo. “Notamos que a maioria dos cursos gratuitos não tem o retorno prático que desejamos. Há, em muitos casos, um número pequeno de inscritos”, observou Rockembach, questionando desta forma a dificuldade de viabilização dos treinamentos.
A previsão para a próxima reunião é que já se tenham informações colhidas pelos grupos formados para trabalhar em cima dos cinco eixos. Até o momento, integram o programa representantes de entidades e sindicatos empresariais e de trabalhadores, secretarias municipais de governo, instituições do sistema “S” e das redes de ensino público e particular.

Fonte: Assessoria de imprensa

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