“Não ganho dinheiro participando do Burning Man. O que eu ganho é uma recompensa pelo tempo e experiência que o evento proporciona.” A afirmação foi feita por Felipe Anghinoni, um dos quatro embaixadores brasileiros do evento conhecido por ser um dos mais inovadores e disruptivo do planeta Terra, ao explicar o funcionamento da programação realizada no meio do deserto em Nevada. Ele foi o palestrante do encontro do mês de julho do Innovation Club realizado na quarta-feira (31) no Tecnovates.
O Burning Man é caracterizado como um experimento social colaborativo e de comunidade. Ele reúne, a cada edição, cerca de 80 mil pessoas. Anghinoni participa da programação desde 2013. “Hoje sou líder do primeiro acampamento brasileiro no evento – chamado Amazone. Meu trabalho é coordenar um grupo de pessoas de várias nacionalidades que estão instaladas no meio do deserto sem estrutura alguma, como internet, luz e transporte”, contextualizou.
O palestrante comentou que, durante o evento, cada pessoa que participa é responsável por tudo o que vai consumir e, no final da programação, sair sem deixar rastros. “Nós improvisamos uma cidade no meio do deserto. No término, todos são responsáveis por deixar o local sem marcas. No Burning Man não existe lixo, o que existe é resíduo fora do lugar”, compartilhou.
Inovação
Segundo Anghinoni, o principal processo que possibilita a realização do evento é a inovação. “É preciso encarar o Burning como um curso, como um MBA, pois a programação nos traz valiosas lições de vida, inclusive sobre empreendedorismo e liderança”, comentou o palestrante.
Ao explicar um dos princípios do evento, o palestrante comentou que todo o processo de realização é monitorado para que não exista impacto ambiental no deserto onde a programação é realizada. “Os acampamentos são pontuados por credibilidade. Ao final do evento, é realizada uma inspeção e, caso sejam encontrados resíduos, os líderes do acampamento são chamados para dar explicação e, podem perder credibilidade ou, em alguns casos, até serem proibidos de participar das próximas edições”, revelou.
O palestrante encerrou sua exposição enfatizando que a transformação e evolução a cada edição é possível através da força colaborativa dos participantes. “Anualmente, nós pensamos: o que o evento quer realizar? E, com isso, projetamos as próximas edições. Por isso vale uma reflexão nas nossas cidades. Devemos, juntos, nos questionar. Qual cidade queremos para o futuro? A partir das respostas, vamos ter insights que nos provoquem a pensar, pois, afinal de contas, para inovar é necessário ter coragem”, finalizou.
As edições de 2024 do Innovation Club são abertas a todos os interessados, com inscrições gratuitas. As programações contam com o apoio da Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Agência de Desenvolvimento e Inovação Local (Agil).